Tags :: Os Primeiros Greco-Melquitas no Brasil :: A Fundação da Primeira Paróquia Greco-Melquita no Brasil :: O Apelo do Patriarca Maximos IV e a Criação do Vicariato Geral :: Referências
Você sabia que a história de uma das mais antigas comunidades cristãs orientais no Brasil começou com imigrantes que, curiosamente, eram chamados de “turcos”, apesar de sua herança sírio-libanesa? O motivo? Seus passaportes eram emitidos pelo Império Otomano.
Por trás dessa peculiaridade, esconde-se uma rica jornada de fé e resiliência, marcada por desafios e pedidos históricos à Santa Sé.
Esta é a história dos greco-melquitas no Brasil — uma comunidade que não só preservou sua identidade espiritual, mas também deixou um legado profundo no cenário religioso e cultural brasileiro.
Os cristãos greco-melquitas começaram a chegar ao Brasil entre os anos de 1869 e 1890, trazendo consigo suas tradições espirituais e culturais. Devido ao fato de seus passaportes serem emitidos pelo Império Otomano, eles foram genericamente chamados de “turcos”, apesar de sua identidade religiosa e cultural distinta.
O crescimento dessa comunidade no Brasil despertou a atenção do Patriarcado Greco-Melquita, que reconheceu a necessidade de oferecer um acompanhamento pastoral adequado aos fiéis na diáspora. O objetivo era preservar a identidade religiosa e fortalecer a fé desses imigrantes em meio a uma nova realidade social e cultural.
Para atender às necessidades da comunidade, o Patriarcado Greco-Melquita enviou ao Brasil, em 1939, o Arquimandrita Elias Couéter, sacerdote sírio que se tornou o primeiro pároco melquita no país. Durante anos, ele foi o único sacerdote da Igreja Greco-Melquita Católica no Brasil, servindo com dedicação à comunidade.
Reconhecendo a importância de uma estrutura pastoral mais sólida, em 1946, Dom Jaime de Barros Câmara, então Arcebispo do Rio de Janeiro, erigiu a primeira Paróquia Greco-Melquita do Brasil, dedicada a São Basílio. Este foi um marco significativo para a consolidação da presença greco-melquita no país.
Com o aumento da comunidade melquita na diáspora, o Patriarca Maximos IV fez um apelo à Santa Sé para que fosse estabelecida uma disciplina eclesiástica adequada para os fiéis greco-melquitas fora do Oriente Médio. Em resposta, em 1951, o Papa Pio XII instituiu um Ordinariado para os fiéis católicos de ritos orientais no Brasil.
O Ordinário designado pela Santa Sé foi Dom Jaime de Barros Câmara, que, por sua vez, nomeou o Arquimandrita Elias Couéter como Vigário Geral para os Greco-Melquitas no Brasil. Esse ato representou um importante reconhecimento da identidade da Igreja Greco-Melquita e uma estrutura oficial para atender às necessidades pastorais da comunidade.